sexta-feira, 11 de abril de 2014

Hemopa convoca doadores para ampliar o estoque de sangue que abastece 218 hospitais



Até às 15 horas desta quinta-feira (10), apenas 153 bolsas tinham sido coletadas na sede da Fundação Hemopa, quando o ideal seria 300 no dia
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 10/04/2014 19:12:00
A Fundação Hemopa volta a convocar a população, principalmente as pessoas que já são doadoras, para que contribuam para a ampliação do estoque estratégico de sangue da instituição. A média diária de coletas tem se mantido em torno de 150 bolsas, na sede da Fundação Hemopa, quando o ideal seria a coleta de 300 bolsas, para não prejudicar o atendimento transfusional da rede hospitalar do Estado. Caso o estoque não seja reposto, os hospitais acabam sendo obrigados a tomar medidas urgentes, como o adiamento de cirurgias eletivas (sem risco de morte). O intenso período chuvoso é um dos principais fatores que dificultam o acesso de voluntários ao hemocentro.
A gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias, apela para a responsabilidade social da população. "Só mesmo as pessoas que dependem da transfusão de sangue para sobreviver sabem da importância do voluntariado”, ressalta, observando que milhares de pacientes internados nos hospitais necessitam desse gesto de solidariedade.
A gerente admite que as chuvas atrapalham e dificultam o acesso dos antigos e novos doadores ao hemocentro, mas incentiva a superação desse pequeno desconforto em comparação ao grande bem que faz a doação de sangue. “Infelizmente ainda não há um substituto para o sangue, e nem podemos adquirir de outra forma que não seja do ser humano solidário”, destaca.
O Hemopa é responsável pela coordenação da Política Estadual de Sangue do Pará, e abastece 218 hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), entre eles, grandes emergências, maternidades e unidades de terapia intensiva (UTIs), cuja demanda só se eleva todos os dias, ao contrário da oferta de sangue, que oscila por vários motivos: período chuvoso, férias, feriados prolongados e datas festivas, entre outros.
Juciara Farias diz que a situação poderia ser resolvida se cada pessoa em condições de doar repetisse o gesto, pelo menos, duas vezes ao ano. “Se todos fizessem sua parte, não haveria crise com a falta de sangue na rede brasileira”, informou, ressaltando que o brasileiro é solidário, mas que ainda não tem o hábito de doar frequentemente.
União – Na sede do hemocentro, uma situação chamou a atenção dos técnicos nesta quinta-feira. Uma família composta por pai, mãe, filho e sobrinha foi doar sangue. Dos quatro candidatos, apenas dois efetivaram a coleta: a mãe e o filho. Os outros dois membros foram inaptos temporariamente, devido ao estado gripal.
A funcionária pública e doadora habitual há cinco anos Liz Lene do Socorro Lisboa, 49, moradora de São Brás, com tipo sanguíneo O Positivo, diz que desde a primeira doação, todas foram feitas de forma voluntária. “As pessoas deveriam ter mais consciência da importância do ato. Da recepção à coleta não demora muito. Não espere que algo aconteça para doar”, afirma.
O filho dela, o jovem calouro de engenharia ambiental Bruno Lisboa, 17, é um exemplo de consciência e comprometimento. Do grupo sanguíneo O Positivo, ele já é um doador habitual, e fez nesta quinta a terceira doação. “Doo sangue desde os 16 anos, e agora estou no período em que posso doar. Considero um ato importante, pois salva vidas. Além disso, não custa nada e não demora”, relata.
Para Juciara Farias, tão importante quanto doar é ter em mente a intenção de ajudar, como fez a família. “Tomados pelo sentimento de cooperação, podemos ter muitos gestos importantes, inclusive colaborar para a formação de novos doadores pelo exemplo. Se foi temporariamente impedido, não desista, continue, pois precisamos da sua ajuda”, encerra.
Podem doar sangue pessoas com boa saúde, que tenham entre 16 e 67 anos (menores de 18 anos podem doar somente com autorização dos pais ou responsáveis) e pesem mais de 50 quilos. É necessário portar documento de identidade original e com foto. Não precisa estar em jejum. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher, a cada três meses. O doador deve estar bem alimentado.
Para fazer cadastro de doação de medula óssea, basta ter entre 18 e 55 anos e levar documento de identidade original e com foto. O Hemopa fica na Travessa Padre Eutíquio, 2.109, em Batista Campos, e funciona para coleta de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h, e aos sábados, de 7h30 às 17h. Mais informações pelo telefone 0800-2808118.
Vera Rojas Rojas
Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará

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