A primeira que assisti ao filme "Dear John" pensei em dar graças a Deus por nunca ter me apaixonado por algum louco que quisesse entrar para servir ao exército do meu país. Mas agora eu vi que meu agradecimento foi em vão.
A exatos sete meses atrás eu o vi pela primeira vez, lindo, com sua pela dourada e sorriso encantador pelos corredores do meu colégio com a roupa do time de futebol. Era interclasse e nossas turmas iam se enfrentar. Pensei que ele não tinha me notado, estava conversando com minha amiga e ele falou com ela, jurei a mim mesma que pra ele eu quer invisível.
Então minha teoria estava errada, ele sempre tinha me notado só que a tal da timidez não deixava nós nos falarmos, eram sempre trocas de olhares, saudações como " Boa Tarde", meia dúzia de palavras, sorrisos. Ele se formou, e com isso vieram as tentativas frustradas de encontros que nunca davam certo, conversas as 02:00 no Facebook e com muitos lamentos de não podermos nos encontrar.
Então, um belo dia me revelou que estava fazendo cursinho "pré - militar" eu fiquei fria, mal me lembrei do filme que tinha visto a uns meses atrás. Duas semanas depois, eu conheci uma menina, seu nome era Maria, o namorado dela era militar e ela me contou em detalhes da dor que ela sentia em imaginar seu amado sofrendo com os exercícios diários, o quanto ele estava mais magro a cada visita que ele fazia a ela. Isso me congelou por dentro.
Sabe quando seu coração doí? E dá aquela vontade de ligar pra pessoa e saber como ela esta? Eu tivesse essa vontade, mas não consegui. Cheguei em casa, fiz meus deveres, consegui esquecer toda aquela conversa maluca e sofrida que tive durante a tarde com Maria, finalmente pensava que ia dormir em paz, mas não foi isso o que aconteceu.
Sonhei com ele, com nós, juntos, rindo nos divertindo, falando sobre tudo e todos, comendo pizza e fazendo piadinhas de casal um do outro, até ai tudo lindo e perfeito. Foi quando me veio o pesadelo, a despedida, Fabio vestido com as roupas tradicionais do exercito partindo, eu chorando aos soluços, pedindo para que ele se cuidasse, olhando e gravando o rosto dele em cada detalhe, tirando os últimos beijos que me restavam e então ele partiu.
E eu finalmente acordei, com o barulho dos meus próprios soluços, chamando pelo nome dele. Olhei pros lados e ele não estava lá. O que me restou foi me acalmar e voltar a dormir, porque Fabio sumiu da minha vida mas ele sempre estará presente em meu coração.
Andressa Ribeiro